A desvantagem de ser novata,nestas coisas da Direcção de Turma,é que ando um pouco perdida no que diz respeito às aulas de Formação Cívica (é a única área para a qual não tinha (e ainda não tenho muito) material para apresentar aos miúdos).
Na minha opinião, é importante que os alunos possam participar nas tomadas de decisão relativas a esta área, pelo que hoje decidi deixá-los falar sobre os problemas que, no ponto de vista deles, afectam a turma, e confesso que fiquei surpreendida com o resultado.
É certo que apenas passaram 3 semanas de aulas (hoje foi a nossa 4ª aula), mas confesso que não me tinha apercebido de nada de estranho com a turma. Nem mesmo nenhum professor se tinha aproximado para relatar "situações anómalas" (excepto talvez o facto de serem um pouco faladores e barulhentos).
Para se perceber o problema da turma é melhor caracterizá-la primeiro: é uma turma de 28 alunos, na sua maioria provenientes de 2 turmas de 6º ano. Há um repetente e dois ou três de turmas diferentes. Ora o problema que os afecta, e são eles próprios a reconhecerem, é a integração na turma, por sinal um dos parâmetros de avaliação desta área curricular na minha escola. A turma está assim, infelizmente, dividida em dois grupos de alunos, havendo provocações de ambos os lados e até atitudes um pouco mais agressivas, quer verbal, quer fisicamente. O próprio lugar de sub-delegada foi questionado por uma situação banal ocorrida na aula de Educação Física!!!
E agora, pergunto-me eu, que posso eu fazer, uma vez que sou a Directora de Turma, para tentar minimizar esta situação?
10 comentários:
Quanto à falta de material existe um livrozinho da Porto Editora que tem umas propostas de actividades interessantes para os assuntos a abordar na Formação Cívica. Normalmente são feitos em grupo e talvez possam aproximar a turma. Também há alguns jogos e dinâmicas de grupo engraçadas sobre assertividade e competências sociais. Quanto ao problema da turma é complicado sim... mas o facto de eles próprios reconhecerem que existe o "problema" já é um bom princípio, não? Boa sorte ;)
Se eles sao de 7º ano, ainda sao pequenitos. Vais ver que mais uns dias e ja sao os melhores amigos.
Se nao, concordo com a amiga paciente! ;-)
Uns jogos de grupo pode ser que deem resultado!
Desculpa eu nao ajudar, mas nunca fui DT e a experiencia e pouca...
Vais ver que tudo vai correr bem.
Beijitos
tens de fazê-los perceber q isto não é uma questão de "gangs"
eles fazem parte da mesma turma agora e têm de se entender!
mistura-os nas aulas! faz uma distribuição em q fiquem na mesma mesa 2 alunos dos 2 grupos diferentes (isto se as mesas derem para 2 alunos)
é só uma sugestão ;)
bjokas da anokas ;)
Encontras algumas sugestões em "40 Actividades para a Formação Cívica" da Asa ou podes sempre pedir-lhes que desenvolvam um trabalho em grupo sobre um tema que lhes interesse.
Obrigada a todas pelas dicas recebidas! Vou seguir os vossos conselhos e esperar por bons resultados...
Só um ano fui DT. Foi um experiência que recordo com muita satisfação. A relação que se constrói com os alunos é uma relação especial - talvez nunca a tivesse sentido tão próxima, antes de ser DT.
As aulas de Formação Cívica nunca me chegavam "para as encomendas". No início do ano, na turma, escolhemos uns 4 ou 5 temas que desenvolvemos ao longo do ano. O que talvez tenha resultado melhor foi a parte em que falámos de sexualidade. Teve por base um jogo. Todos escreveram, para TPC, perguntas/dúvidas de forma anónima, num pequeno pedaço de papel. Depois, na(s) aula(s) seguinte(s) fizemos o famoso jogo das cadeiras. Quem ficasse sem cadeira tirava uma pergunta ao acaso e respondia. Não tinha de responder segundo a sua opinião - para não se sentir embaraçado (a regra era mesmo essa - podiam "inventar" uma resposta ou uma posição com a qual até podiam não concordar). Depois todos discutiamos cada pergunta.
No final, na avaliação das aulas, disseram que estas aulas tinham contribuído muito para a união da turma e para estreitar a confiança entre prof e alunos.
É uma sugestão. Como tantas outras que de certo já encontraste... ;)
[Já agora... também há uns livros da ASA, com argolas, da colecção "Teoria e Prática" que têm actividades interessantes para a Formação Cívica]
Beijinhos e Bom Trabalho - tenho a certeza que vai ser ;)
[Bem... é importante referir que a minha turma era do 9º ano.. com um 7º talvez não tivesse resultado tão bem... mas fica a ideia de qualquer forma :)]
Dois livros que podes considerar úteis: "A cidadania explicada aos jovens... e aos outros" de José Jorge Letria e "Os direitos do Homem contados às crianças" de Jean-Louis Ducamp ambos da colecção Caminhos da Liberdade da Terramar.
Bem, como sou verdinha como tu, aproveito os conselhos aqui deixados para ti para a minha pessoa... Sou uma aproveitadora...
Beijinhos
É curioso que hoje me tenha estado na lembrança durante todo o dia a minha direcção de turma, que
acabei no ano lectivo de 1996/97, quando terminaram o novo ano;
No início do 7º. ano juntaram-se duas turmas de 6º; metade da turma vinha comigo desde o 5º. e outra vinha comigo desde o sexto e juntaram-se ali duas "culturas"; foi um primeiro período conturbado, com testes sociométricos, experiências de pares, de tudo um pouco. Não posso reivindicar para mim o "milagre" que, a pouco e pouco, fomos conquistando, mas lembro-me de, em Inglês, fazer um grande painel, onde cada um ia colocando o seu retrato e falando das suas expectativas para o futuro, que fez a delícia dos professores e suscitou os comentários mais estapafúrdios; lembro-me de que um deles já tinha o futuro todo planeadinho ao pormenor, incluindo o casar e ter filhos, o que era pouco vulgar para a sua idade.
Eu penso que o clique se faz de pequenas coisas do dia-a-dia que aproveitamos para que eles reflictam criticamente e se conheçam melhor, aproveitar a escrita para a auto-revelação, por exemplo, utilizá-los como "matéria-prima" dos conteúdos.
Também há dois anos, a minha filha mais nova estava numa turma assim; o dt recusava-se a fazer visitas de estudo, mas a prof. de EF lá o convenceu. No fim do dia da primeira visita de estudo, já no 3º. períofo, a minha filha disse-me que se tinha sentado na camioneta com uma colega com quem pouco convivia, que haviam conversado muito, o que a fez e descobrir, como ela dizia "o outro lado da pessoa que ela era". Concluía que se o dt tivesse confiado mais neles, as coisas se teriam resolvido mais depressa.
Eu fiquei a pensar que é, de facto, bom, acreditar e ter expectativas positivas.
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