Estamos em final de período. Finalmente!
Sim, o tempo passa a voar. Ainda ontem estava a entrar pelo portão da escola nova, com o receio típico de quem não conhece o ambiente e já estamos no final de um período.
Não foi fácil. A ambientação, o conhecimento da escola, o contacto com os alunos, o descobrir das regras de funcionamento de uma nova escola que, como toda a gente sabe, se alteram de ano para ano (e de escola para escola).
Esta última semana não é das que mais me agrada. Confesso que as avaliações me preocupam, pois sinto um peso enorme em cima dos ombros: estarei a ser justa ou estarei a prejudicar alguém? Depois são aqueles alunos que ao longo do período quase não trabalharam e na última semana, como que por milagre, pensam que o 3 é a nota que merecem. Ora pode-se imaginar o rio de lágrimas que corre quando a resposta é negativa...
Já não bastava esta preocupação com as avaliações, ainda tenho o stress de ser Directora de Turma. Estou super nervosa e espero sinceramente que tudo corra bem. São tantos os papeís, tanta a burocracia, será que não me vou esquecer de nada?
No início, este post era para ficar por aqui.
Mas hoje, ao chegar a casa, encontrei em cima da secretária um dos fascículos da colecção "Aventuras 3D", que o Jornal de Notícias tem publicado diariamente. O tema dos primeiros fascículos relaciona-se com os dinossauros e até aqui não há nada de extraordinário. No entanto, quando comecei a ler o fascículo deparei-me com uma curiosidade que me surpreendeu e de forma negativa.
Os professores andam a ser tratados da forma que todos nós sabemos, pelos nossos superiores, pelo que não havia necessidade deste tipo de comentários...
Assim anda a Educação em Portugal!
6 comentários:
A ministra deitou-nos abaixo e agora toda a gente nos pisa! Esse comentário é mesmo de mau gosto. Porquê professores e não médicos, advogados, empregados do supermercado ou simplesmente pessoas? E isto está num folheto dirigido a jovens, não é? Já estou a ver os meus alunos a alimentarem os dinossauros com a minha pessoa, principalmente aqueles que não fizeram nenhum e pediram um 3 no final do periodo!
a humanidade caminha para o abismo. ca para mim, estão a xhamar os alunos de dinossauros e a dizer que não conseguimos comer com a nossa própria mão e precisamos que 290 professores nos alimentem, porque nao conseguimos aprender. lol
Um comentário pouco feliz, diga-se a verdade!
Beijocas fofas
Quanto ao final do período, sinto o mesmo. Detesto atribuir níveis. A diferença é que eu não sou D.T. e, acredito, que o meu stress, apesar de muito, não será tanto quanto o teu. Aposto que vai tudo correr bem! ;)
Quanto à "piadinha" publicada no suplemento do JN, só posso mesmo dizer que piada de profundo mau gosto! Não percebo porque é que o autor não acrescentou que bastava apenas uma ministra da educação para criar uma enorme indisgestão ao animal.
Tenho pena que os jornalistas de hoje não sejam isentos, não façam bom jornalismo. Onde está o jornalismo investigativo?! Desapareceu ou só funciona para o que interessa?!
Jornalistas, ministros, médicos e todos os outros, certamente nunca precisaram de professores por isso os tratam tão mal.
Ja agora, e quantos jornalistas seriam precisos?
Sera que bastavam os do JN? ;-)
Beijitos e bom trabalho!
O comentário do JN mostra perfeitamente o grau de educação e de bom senso dos Srs jornalistas. Tenho certeza que a sua contribuição laboral seria muito mais valiosa numa outra actividade, não investida de tanta responsabilidade como o Jornalismo.
O nosso País está a sofrer as consequências da crise educativa generalizada, resultado das políticas governamentais dos últimos 20 anos, que empreenderam experiências pedagógicas malparadas na nossa Escola.
Ora, devemos olhar para o nosso Ensino na sua integra, e não apenas para os assuntos pontuais, para podermos perceber o que se passa. Os problemas começam logo no ensino primário, e é por ai que devemos começar a reconstruir a nossa Escola. Recomendo a nossa análise, que identifica as principais razões da crise educativa e indica o caminho de saída. Em poucas palavras, é necessário fazer duas coisas: repor o método fonético no ensino de leitura e repor os exercícios de desenvolvimento da memória nos currículos de todas as disciplinas escolares. Resolvidos os problemas metódicos, muitos dos outros, com o tempo, desaparecerão.
Devemos todos exigir uma acção urgente e empenhada do Governo, para salvar o pouco que ainda pode ser salvo.
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