Queixámo-nos muitas vezes da educação que os nossos alunos têm nas aulas, ou melhor da falta dela. Apontamos os pais como os grandes educadores, e os que mais contribuem para esta lacuna. Também concordo, é com o exemplo que aprendemos, mas o exemplo não vem só dos pais. E se o exemplo não é bom, e não temos ninguém que nos oriente... Enfim, temos os alunos que temos!
Situação 1
Já aqui disse que este ano dou aulas a um CEF. É uma turma especial, convertida de PIEF para CEF, que tem aulas em instalações fora da escola. Embora o Director de Turma seja um professor da escola, eles têm uma senhora que, de certa forma, é responsável por eles. A verdade é que ainda não percebi muito bem a função dela (não sei se é uma espécie de assistente social), apenas sei que ela já "trabalhava com eles" quando funcionavam como PIEF e é ela que providencia todos os materiais escolares (lápis, caneta, máquina de calcular, etc).
Acontece que, na semana passada, estava eu a terminar a minha aulita de Matemática Aplicada (faltavam ainda 3 minutos para terminar) a dita senhora bate à porta, entra na sala e senta-se num dos lugares livres, com um jornal na mão. É lógico que o bando dispersou os pensamentos, distraíram-se com a dita e a aula terminou assim de um modo estranho. Confesso que fiquei sem reacção e ainda estou para perceber qual a ideia. Então entra-se pela sala e nem se pergunta se o pode fazer, se a aula já terminou?
Situação 2
Na mesma turma também dou a disciplina de Física e Química, exactamente no dia a seguir. Esta também aconteceu na semana passada e imaginem quem foi a personagem principal? Isso mesmo, a mesma senhora!
Sente-se um telemóvel a vibrar e o aluno pergunta se pode atender. NÃO, logicamente!
"Ó professora, mas é a dra. A.!"
Fiquei na dúvida, mas mesmo assim, deixei atender. O garoto pôs o telemóvel em alta voz e a senhora do outro lado diz o que tem a dizer. Mas então ela não sabia que estavam em aulas? Não sabe quais as regras da boa educação? Sinceramente...
11 comentários:
Constatando o óbvio: os garotos são produto do seu ambiente, agem como vêem fazer.
Para mim, uma aula é sagrada, não devia ser interrompida por nada. Já me aconteceu, a meio da aula, tocar um telemóvel de um aluno: ó professora, deixe-me atender, é a minha mãe. Claro que não autorizo, então os pais não sabem que o filho está em aulas?
Já me aconteceu pior... A meio de uma aula (onde por acaso não tinhamos luz eletrica e se estava a escrever á luz do telemóvel) uma colega liga-me a dizer que tinha a casa inundada! Isto a meio de uma aula onde, como já referi, tinhamos acabado de ficar ás escuras e se escrevia com os telemóveis! Pedi ao professor para atender (pois o meu telemovél era de tampa e eu não via quem era, muito menos conhecia o número) o stor deixou atender pensando o mesmo que eu, ou seja que era a minha mãe. Costumo ter o telemovel no silêncio mas dada a situação tinha-o na mão!
Sinceramente... Grande doutora, sim senhora!
Educar pelo exemplo é essencial.
Não me parece que essa senhora saiba o que é isso.
Um abraço.
Olha, acho que quem está a precisar duma educação é essa senhora. Na minha sala só entra quem eu deixo! Já agora!!! Com exemplos desses como é que os miúdos se vão portar bem??...
Beijos
No ano passado a mesma Srª fazia o mesmo na turma do PIEF. Apesar de avisada, mais do que uma vez, parece que continua igual.
Ex- Colega da Outra Secção
Rico exemplo :|
Boa tarde,
Hoje decidi deixar aqui um comentário. Também sou professora...
Porque não uma Acção de Formação a essas pessoas que não sabem o que andam a fazer neste mundo?
Há lojas (não vou fazer publicidade) que têm cursos de etiqueta e boas maneiras.
Felicidades.
M.
Então e tu não dizes nada à dita senhora?!! Na tua aula, a autoridade és tu!!!
Beijokinhas da Flor
Já mandei uma directora de uma das escolas onde leccionei sair da sala porque entrou sem bater. Claro que nesse ano fiquei logo rotulado. Mas uma aula é uma aula. E se nem os próprios professores de uma escola o sabem...
Beijos
Enviar um comentário