domingo, 27 de maio de 2007

Falta de Educação! Onde nos irá levar?

Na sexta-feira, numa aula...

O aluno entra e bate com a porta.
Professora: L. é maneira de fechar a porta?
Aluno: Oh, já está fechada.
Professora: Abre e fecha novamente.
O aluno abre a porta e volta a bater com ela.
Professora: Fecha novamente a porta.
Aluno: Mas está a brincar comigo ou quê? Você nem sequer é minha mãe!
Professora: Pois não. Se fosse já tinhas levado um valente estalo!

Pouca coisa me consegue tirar do sério. Não sou de ferver por tudo e por nada, mas se existe alguma coisa capaz disso é a falta de educação, em especial a falta de educação dos alunos.

Não sei se é um vírus, se é mesmo um mal que lhes afecta os genes, mas a impressão que tenho é que a falta de educação nas escolas tem crescido nos últimos tempos.

A minha tia tem sempre presente na lembrança, as palavras de um seu professor de História, que dizia que a educação de uma pessoa se vê, na maneira como ela esfolheia as páginas de um livro. Ora, se tormarmos em conta este aspecto, facilmente tiramos as conclusões sobre os nossos alunos.

Hoje em dia um professor está na escola com a dupla e árdua (e por vezes desesperante) tarefa de ensinar e EDUCAR, quando esta deveria ser uma tarefa exclusiva dos pais. Na verdade, é como se lutassemos contra a corrente, de um lado os professores que tentam transmitir alguma educação, na maneira como se entra na sala ou se sai, se bate à porta, se puxa uma cadeira, se trata o lixo e se mantém uma sala de aula limpa. Exemplos tão banais, mas que vemos alunos de 15-16 anos a serem incapazes de os cumprir. Do outro lado estão os pais, demasiado permissivos, demasiado benevolentes para determinadas situações que, parecendo banais aos seus olhos, são importantes no que respeita à formação do Homem de amanhã.

A situação em que os pais vivem, actualmente, é uma das desculpas. Enquanto que há uns anos atrás apenas o pai trabalhava fora de casa e a mãe se remetia a tarefas domésticas, hoje o pai e a mãe trabalham fora. Assim, pouca atenção podem delegar aos filhos, por cansaço, por falta de paciência, por isto e por aquilo e, infelizmente, o resultado está à vista... Mas é importante que os pais tomem consciência que os seus filhos precisam de atenção, precisam de ser chamados à atenção, precisam de momentos de carinho, mas também de momentos em que é preciso ralhar!

Apesar de tudo isto, é nosso dever tentar incutir nos nossos alunos alguma educação, é nosso dever tentar colmatar estas lacunas que apresentam, mesmo que com isso nos arrisquemos a termos o pai no dia seguinte na escola, apenas porque falamos um pouco mais alto com o seu filho ou porque lhe chamamos à atenção de uma forma mais dura, e a criança pode ficar traumatizada! Os alunos podem ficar revoltados connosco, podem pensar e dizer o que quiserem de nós, mas eu acredito que um dia ainda se irão dar conta da importância da Educação!

11 comentários:

Unknown disse...

Excelente análise, como sempre!

Eu sou um bocadinho menos optimista e temo que eles nunca se dêem conta da falta que lhes faz a (boa) educação. Mais ainda, temo pelos filhos deles e pelos professores que os hão-de "aturar"!

Anónimo disse...

Pelo que vejo esse problemas percorre todas as nossas escolas a nível nacional... infelizmente.

pegando no post anterior em que bell said:
"Mais ainda, temo pelos filhos deles e pelos professores que os hão-de "aturar"! .

Pelos anos que temos que trabalhar, acho que somos nós que os temos que aturar :(

Tozé Franco disse...

Mais uma bela prosa de uma situação que, infelizmente, se vai tornando cada vez mais comum nas nossas escolas.
Os pais têm uma alergia tremenda à palavra NÂOe depois é o que se vê.
Um abraço e haja paciência.

Anónimo disse...

Se os pais são alérgicos à palavra NÃO, nós teremos de funcionar como anti-histaminico. Cada vez mais parece ser essa a nossa função, infelizmente. Eu não vou desistir e tenho a certeza que tu também não. Pelo menos eu tenho a esperança, por mais ingénua que possa ser, que pelo menos um dos nossos alunos irão, um dia, lembrar-se do nosso NÃO e agradecer.

Anónimo disse...

Cada vez mais essa é a nossa tarefa! Antes de fazer Música com os alunos, tenho que lembrá-los que não se mascam pastilhas, não se entra na sala com boné, devem colocar o dedo no ar, não devem interromper os colegas, devem solicitar a sua vez antes de participar nos diálogos... blá-blá-blá... Esta é a forma como os alunos, em geral (há excepções), ouvem estas palavras: blá-blá-blá... (suspiro!) Mas eu sou muito teimosa! E insisto!

Patrícia disse...

Na realidade, a maioria das pessoas não tem a noção do papel fundamental que a educação desempenha na nossa vida.

Há realmente muita falta de educação, cada vez mais. Isso já deve vir de casa ;)

Beijinhos

A Flor disse...

Em muitos caso, como podem os alunos ser educados, quando o exemplo em casa.... não o é!!!

Beijoquinhas floridas para alegrar o teu dia.

Flor com carinho :D

A Professorinha disse...

Eu sou tão má que geralmente lhes digo para voltar a fechar a porta com força, mas com a cabeça... No outro dia um estava a fazer muito barulho na mesa e disse-lhe para estar quieto e que só podia fazer barulho na mesa se fosse com a cabeça... Não é que ele deu uma cabeçada na mesa??? São os alunos que temos... Valha-nos Deus...

Hindy disse...

Tenho um apelo urgentíssimo no meu blog, por favor passa por lá!

A Flor disse...

Olá :)

Vim "sentar-me" um pouquinho aqui no teu cantinho e deliciar-me a ouvir a música, não a conhecia, mas já gosto imenso. :D

Que Deus te dâ Sabedoria para saberes lidar e gerir com situações como esta que nos descreves e tantas outras, quem sabe até, por vezes muito mais complicadas!

Beijinho "embrulhado" no amor de Deus da Flor :))

Nina disse...

Eu n�o sou professora, sou m�e.Ainda s�o alunos, mas da faculdade. Uma coisa que nunca admiti foi m� educa�o.Isso nunca! O mais velho agora com 22 anos era malandro, eu tinha que andar sempre atenta, mas n�o pela m� educa�o, sim pelo desleixo dele nos trabalhos de casa.Sempre fui m�e trabalhadora, mas arranjava tempo para lhes dedicar. A cozinha ficou muitas vezes por arrumar, mas eu tinha tempo para brincar com eles. Nunca me arrependi do que fiz. Tenho dois jovens equilibrados em parte gra�as � minha disponibilidade em os ouvir em os acompanhar. Ser m�e � sobretudo ser a maior amiga deles a confidente, o saber impor limites...
Eu sempre disse e digo..A EDUCA��O � DADA EM CASA! TEM QUE IR DE CASA!