quarta-feira, 30 de abril de 2008

E se um aluno lhe diz...

Calmamente vou entrando na escola...

Alunos vão conversando em grupo...

Uma aluna vem a caminhar na minha direcção e de repente diz:

-Eh professora! É hoje! Hoje não lhe escapa! É hoje que vai engatar um!

Mas estará tudo doido?!


PS: Trata-se de uma aluna avaliada no Regime Educativo Especial (ex 319/91), com grau de deficiência designado Bordeline (nome bonito, que talvez justifique, ou não, esta atitude.)Ele há cada um...!

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Aulas de CEF I

Temos uma ideia pré-concebida sob determinados alunos que, por vezes, nem lhes damos o benefício da dúvida.

Os cursos de CEF têm a sua fama, nem sempre abonatória, em muitos casos por culpa dos próprios alunos que os integram. Lemos histórias na net, ouvimos de colegas de trabalho ou então contactamos directamente com este tipo de alunos. Mas será que não há excepções??

O CEF que me foi atribuído não funciona na escola, mas numas instalações pertencentes à escola profissional lá do sítio (histórias antigas). Logo aí se nota diferenças, pois regras não existem, porque também não existe ninguém que os controle. Mesmo assim, e apesar de certos desacatos entre eles, o panorama este ano até é muito bom, e sempre que têm alguma saída o seu comportamento não tem nada que se aponte.

Assim, e dentro da minha disciplina, resolvi fazer uma aula prática, implicando deste modo a deslocação à escola, onde dispunha do material.

Agora espantem-se! O porteiro não os queria deixar entrar, o meu "chefão" mostrou alguma contrariedade pela sua presença. Porventura pensariam eles que estes garotos eram alguns desordeiros, vândalos, que iriam destruir a escola?

Provavelmente a culpa foi minha que não falei ao "chefão" sobre o assunto, mas na minha ignorância, pensei que ficava resolvido falando com o DT deles. Mas expliquei a situação ao "chefão" e eles lá entraram e tivemos a nossa aula.

Pois bem, digo-vos uma coisa. Foram impecáveis (como sempre o são nas saídas de sala de aula), bem melhor do que as minhas pestes de 7º ano. Estiveram à altura, mostraram responsabilidade.

Como poderão estes alunos sentir-se integrados, quando são os próprios professores que olham para eles com desconfiança pelo facto de frequentarem um curso CEF. Não pensem que estes meus alunos são bem comportados. Claro que não, também têm as faltas, e algumas bem graves envolvendo uma espécie de Wrestling feminino. Mas mesmo assim...

terça-feira, 15 de abril de 2008

Os pais de uma Direcção de Turma

Se pensarmos que a maior parte do tempo dos nossos alunos é passado na escola, os professores assumem uma responsabilidade bem grande. Em alguns casos bem maior que alguns pais que saem pela manhã, bem cedo, e chegam a casa noite dentro.

Não pensem os pais que estou a tê-los em menor consideração, afinal são pais, mas devem compreender que, em muitos casos, são os professores que se apercebem dos problemas, é com eles que os seus filhos desabafam e muitas vezes também desatinam.

A figura do Director de Turma é por vezes um pouco ingrata, pois se por um lado pode criar um laço de amizade com a sua turma, tem ao mesmo tempo de exercer da sua autoridade, chamando-os a atenção, "puxando" as orelhas ou até mesmo fazendo má cara por comportamentos e atitudes que muitas vezes os alunos apresentam.

A sua função obriga-o também a lidar com os pais de uma forma mais directa. De todas as funções esta é a que menos me agrada. Seja do meu feitio (mais introvertido), seja pela situação em si, a verdade é que não me sinto muito à vontade quando tenho de contactar com os pais.
Não é que tenha tido uma má experiência, como essas que vão circulando pelas nossas escolas, que todos os dias ouvimos (afinal, a má educação de certos alunos é fruto da educação recebida em casa). Mas reparem que também não é fácil transmitir uma imagem dos filhos que alguns pais não conhecem – parecem autênticos casos de dupla personalidade – a da escola e a da casa.

Entre os vários tipos de pais que vão “circulando”pelas diferentes direcções de turma, louvo os pais da minha direcção que se preocupam em saber se os seus filhos não faltam ao respeito aos professores.

Resignam-se pelas notas que os filhos apresentam: “Eu bem o vejo a estudar; pelo menos com os livros abertos está…”;
Resignam-se pelo facto de estes não prosseguirem os estudos: “O importante é ter o 9º ano agora, e não andar a tirá-lo à noite como eu…”.

Talvez se estes mostrassem uma maior preocupação pela verificação do estudo dos seus filhos, se tentassem perceber mais cedo uma ou outra dificuldade, se informassem junto do Director de Turma ao longo do ano e não apenas no final de cada período ou então, como muitos por aí, exclusivamente no final do ano, no derradeiro período...

No fundo, até compreendo. Lutam, esforçam, fazem sacrifícios todos os dias para garantir um futuro aos seus filhos, melhor do que alguns hoje têm, com oportunidades que no seu tempo não tiveram...

Mas um Director de Turma fica sempre um pouco embaraçado quando uma pai/mãe o questiona sobre a possibilidade do seu filho transitar de ano... Que responder? É que em muitos casos esta situação deve-se a uma total falta de estudo, a um "arrumar" prévio dos livros... E mesmo tendo consciência dos filhos que têm, não deve ser fácil ver um filho repetir o ano, uma e outra vez...

domingo, 6 de abril de 2008

No bico de uma cegonha...

... chegou ao mundo, há 30 anos atrás, este olhar!


A data é especial e por isso quero partilhá-la convosco! Afinal, os bons momentos são para partilhar com os amigos!

Quem por aqui passar pode tirar a sua fatia. Mas não se estiquem, seus gulosos, tem de chegar para todos :))

terça-feira, 1 de abril de 2008

Sugestão de Mestrado...

Para quem andava com dúvidas sobre o mestrado que gostaria de fazer, deixo aqui uma sugestão.
Tem um pequeno senão... Fica no Algarve...


Publicado em Diário de República, 2ª série, nº 51, de 12 de Março de 2008


PS. Esta semana está a custar imenso... O mal é geral ou será só impressão minha???
Bolas! Nunca mais chega o fim de semana...